18/06/2011

Precisamos livrar a educação da tutela do Estado e de seus feitores

Há um aforismo do Nietzsche, presente no livro Crepúsculo dos Ídolos, na qual ele comenta sobre a educação superior alemã de sua época. O que chama atenção em tal reflexão é justamente o fato dele ter como referência a noção de educação superior, desejando nos fazer refletir, junto com ele, o que entendemos por educação superior, o que entendemos por educadores de uma educação superior. Logo no início do aforismo lemos:


O que há de principal para toda a educação superior perdeu-se na Alemanha: a finalidade tanto quanto o meio para a finalidade. Esqueceu-se do fato de que a meta é a própria educação, a própria formação, e não “o império”: o fato de que se precisava de educadores para alcançar essa meta – e não professores ginasiais e eruditos universitários...Educadores são necessários, educadores que sejam eles mesmos educados, espíritos superiores e nobres, que mostrem seu valor a cada instante, através da palavra e do silêncio, culturas que se tornaram maduras e doces. – Não estes brutescos eruditos que os ginásios e as universidades oferecem hoje em dia à juventude como “amém superior”. Faltam educadores, descontadas as exceções das exceções, a primeira condição prévia da educação: daí a decadência da cultura alemã.


a finalidade tanto quanto o meio para a finalidade: a palavra meio diz respeito a educação e esta se perdeu, está perdida, assim como a sua finalidade. Mas a que finalidade deveria servir a educação? Logo em seguida ele emenda: a meta é a própria educação, a própria formação, e não “o império”. Nietzsche, já naquela época estava informando que toda a educação existente naquele momento estava voltada não para uma formação de um “espírito superior”, mas de criaturas assujeitadas, ou sujeitas “ao império”.