31/01/2011

Anonimato

É certo que o mundo não necessita de outros messias, gurus, lideres, estrelas pops. É por conta disso que o anonimato vem se mostrando uma condição revolucionária bastante eficaz. Seu efeito rizomático faz dele uma condição de resistência que parece ser mais eficaz e menos vulnerável as seduções capitalistas.
Alexsandro

26/01/2011

O sentido da vida e os choquinhos no cérebro

A reportagem


Reino Unido testa método para curar depressão


Uma equipa de médicos do Frenchway Hospital, em Bristol, no Reino Unido, está a testar uma técnica pioneira de cirurgia de estimulação cerebral para tratar a depressão prolongada em pacientes que sofrem desta condição há anos.
A técnica recorre ao uso de eletrodos que são implantados no cérebro através de orifícios específicos feitos no crânio do paciente que estimulam ou inibem essas áreas.
A primeira paciente desta técnica pioneira foi Sheila Cook, de 62 anos, que padecia com uma depressão profunda há nove anos.
Citada pela BBC, Sheila afirmou que antes da operação "só queria que a sua vida terminasse". "Sentia-me como num túnel escuro, mas em vez de haver uma luz no final, havia apenas escuridão".
"De repente acordei uma manhã e pensei: sinto-me diferente. Quero me levantar e fazer coisas e toda a minha maneira de ver a vida mudou", explicou, comentando os resultados da operação a que teve de ser submetida por duas vezes devido a uma recaída.
"Em poucas semanas a minha vida mudou: Leio livros, faço o trabalho de casa, faço caminhadas e mais importante, talvez, é que estou a redescobrir a minha família", conta Sheila em quem as terapias convencionais deixaram de surtir efeito.
Os resultados deste ensaio clínico em outros pacientes serão divulgados ao longo do ano.

O comentário

Lendo a reportagem acima fiquei impressionado como os caras conseguiram dá sentido a uma vida que já não tinha ânimo para se manter viva, que perdia a cada dia o sentido do que era e do que fazia. E como em um passe de mágica fizeram florescer a alegria, a esperança e tudo mais que nos mantém dignos diante do mundo. E tudo isso com apenas "choquinhos" no cérebro.
Em certo momento "só queria que a sua vida terminasse", no outro "quero me levantar e fazer coisas e toda a minha maneira de ver a vida mudou". Estas duas frases resumem todo o sentido de uma existência que passou a fazer sentido a partir de impulsos elétricos. Nada de terapias buscando entender os dilemas, nada de orações buscando respostas no além, nada de explicações filosóficas para justificar a dor ou a alegria, nada de nada, apenas “choquinhos” no lugar certo do cérebro.
Assim descobrimos a grande motivação do nosso bem-estar no mundo: choquinhos no cérebro.

Destino


O preço que pagamos por cada gesto nosso diante do mundo, o que desejamos, o que acalentamos, flutua na gratuidade. Não há um sentido oculto em alguma zona nebulosa esperando para ser descoberto. A existência é o que se ver, não há mais nada além disso. Se não é como sonhamos, é problema nosso, a natureza não vai criar uma resposta apenas para nos sentirmos melhores. Existimos tal qual as outras coisas. A existência é como uma coisa. O sentido é como uma coisa. Tudo é gratuito. Tudo tem o mesmo valor. Para perceber o absurdo de tudo isso basta olhar os móveis, as paredes, as pessoas, as árvores, a água, o mundo e perguntar o que estas coisas têm a ver conosco, comigo, com você, como elas foram parar ali, como elas entraram na existência e que direção seguirão. O destino delas é o nosso destino.
Alexsandro

24/01/2011

Um hábito esquisito


Deixamos de viver muitas coisas na tola esperança de vivermos mais e melhor. Fazemos economia de nós mesmos na esperanças de gastarmo-nos em um tempo mais precioso. Guardamos-nos para sabe-se lá o que ou quando.
Porque agimos assim? Por um fato bem simples: se dermos vazão a nossa busca por prazer corremos o risco de sofrermos um desprazer, logo, no cálculo entre viver um prazer ou evitar um desprazer ficamos quase sempre com a segunda opção.

Alexsandro

A Importância da Autoridade - Sigmund Freud

Foi Freud quem disse: "É inútil alongar-me demoradamente sobre a importância da autoridade. São muito poucas as pessoas civilizadas capazes de uma existência perfeitamente autónoma ou tão-só de juízo independente. Não nos é possível representar em toda a sua amplitude a necessidade de autoridade e a fraqueza interior dos seres humanos."
É dolososo ter de concordar com ele, mas ele tem razão. Ainda mais se entendermos que civilizar é por homens e mulheres sob o julgo do adestramento.
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