27/09/2009

Lilith - Duas pequenas notas sobre a primeira mulher de Adão

Nota 1:
Quem se debruça atentamente sobre o texto do Gênesis para ler o mito hebraico da criação do Homem, há de perceber a presença de duas narrativas distintas.
No capítulo 1 do livro, Deus cria, no "último dia da Criação", o primeiro casal de humanos: homem e mulher são criados juntos, num mesmo momento, da mesma maneira.
No capítulo 2, o homem é criado primeiro, enquanto a mulher só nasce posteriormente, a partir de uma costela do macho.
Alguns estudiosos judeus tentaram explicar a contradição sugerindo que o Gênesis mostra ter havido duas criações: na primeira, Deus criou os seres humanos em geral; na segunda, criou um homem especial, seu predileto, do qual derivou a "raça adâmica" (descendentes de Adão), ou seja, os hebreus.(1)
Mas os historiadores que pesquisam a chamada História Bíblica, preferem identificar nessa incongruência a presença de duas fontes diferentes, que se teriam amalgamado no Livro do Gênesis.
Essa é uma explicação razoável e muito se poderá dizer em seu favor.


Nota 2:
Lilith é referida na Cabala como a primeira mulher do bíblico Adão, sendo que em uma passagem (Patai81:455f) ela é acusada de ser a serpente que levou Eva a comer o fruto proibido. No folclore popular hebreu medieval, ela é tida como a primeira esposa de Adão, que o abandonou, partindo do Jardim do Éden por causa de uma disputa sobre igualdade dos sexos, chegando depois a ser descrita como um demônio.
De acordo com certas interpretações da criação humana em Gênesis, no Antigo Testamento, reconhecendo que havia sido criada por Deus com a mesma matéria prima, Lilith rebelou-se, recusando-se a ficar sempre em baixo durante as suas relações sexuais. Na modernidade, isso levou a popularização da noção de que Lilith foi a primeira mulher a rebelar-se contra o sistema patriarcal.
Assim dizia Lilith: ‘‘Por que devo deitar-me embaixo de ti? Por que devo abrir-me sob teu corpo? Por que ser dominada por ti? Contudo, eu também fui feita de pó e por isso sou tua igual.’’ Quando reclamou de sua condição a Deus, ele retrucou que essa era a ordem natural, o domínio do homem sobre a mulher, dessa forma abandonou o Éden.
Três anjos foram enviados em seu encalço, porém ela se recusou a voltar. Juntou-se aos anjos caídos onde se casou com Samael que tentou Eva ao passo que Lilith Tentou a Adão os fazendo cometer adultério. Desde então o homem foi expulso do paraíso e Lilith tentaria destruir a humanidade, filhos do adultério de Adão com Eva, pois mesmo abandonando seu marido ela não aceitava sua segunda mulher. Ela então perseguiria os homens, principalmente os adúlteros, crianças e recém casados para se vingar.
Após os hebreus terem deixado a Babilônia Lilith perdeu aos poucos sua representatividade e foi limada do velho testamento. Eva é criada no sexto dia, e depois da solidão de Adão ela é criada novamente, sendo a primeira criação referente na verdade a Lilith no Gênesis.

MENSAGENS DE AUTO-AJUDA

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Se você se considera com uns quilinhos a mais, provavelmente estar.

Apenas ‘Sim‘ ou ‘Não‘ são respostas perfeitamente aceitáveis para a maioria das perguntas. Não se complique querendo explicar.

Se pinicar, coce.

Sempre que possível diga o que precisa dizer durante os comerciais.

Se algo que você diz pode ser interpretado de duas formas, e se uma delas deixar alguém triste ou magoado, diga que falou com o significado da outra forma.




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MENSAGENS DE AUTO-AJUDA

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Palavra de burro é coice.

Em tempos de sujeição, mais vale burro vivo do que sábio morto.


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26/09/2009

As relações são apostas no escuro



Em uma relação, seja de qual tipo for, é impossível determinar que ali se encontrará estabilidade e segurança eterna, tal garantia nunca houve. As relações se dão como uma aposta no escuro. Não há como prometer satisfação plena e quem espera por ela se arrisca a passar uma vida de procura. Não existe formulas para se manter uma relação ou para manter-se nela. Toda relação é única naquilo que ela pode, positiva ou negativamente, possibilitar. Não há relação perfeita, não há um encontro perfeito. O que há são imagens e modelos ideais de relações que são veiculadas de diversas formas e por vários motivos ao longo da sociedade.
Para entender tal fato devemos ter em mente que as sociedades estabelecem papeis que devem ser vividos pelos sujeitos e passa a cobrar a vivência destes papeis em toda sua expressão. Mas o fato de serem exigidos socialmente não significa que os sujeitos sejam capazes de seguir fielmente a ditaduras dos papeis sociais. De fato, esta impossibilidade acaba sendo a responsável pelo desequilíbrio presente entre aquilo que o papel define como correto e aquilo que de fato os sujeitos são capazes de viver. É nessa distância entre aquilo que foi estabelecido pelo papel e aquilo que é vivido que se encontra a fonte de grande parte dos conflitos presentes em uma relação.
Ainda nos é estranho constatar que em uma relação não se pode esperar que um entenda completamente quem o outro é, que um saiba exatamente o que o outro pensa e o que deseja. Esse fato talvez seja o mais difícil de ser vivido por duas pessoas que se sentiram atraídas. Também nos é estranho constatar que é inútil esperar que um adivinhe o pensamento do outro - vale a sentença: o pensamento não comunica. A coisa se complica quando se considera que estão implicadas duas maneiras de entender a própria relação e o sentido dela. De fato, numa relação temos duas relações: a que é vivida por um e a que é vivida pelo outro, o sentido que um e o sentido que o outro dá aquilo que experimentam juntos. Apesar de partilharem experiências, entendem essas experiências de modos diferentes, assim como entendem de modos diferentes os sentimentos envolvidos na manutenção do sentido que cada um dá aquilo que experimentam.
Diante do exposto, podemos supor que grande parte dos conflitos presente em uma relação surge em decorrência dessas dessimetrias. Quando um percebe que o outro não está em perfeita sintonia com os seus ditames cria-se um estado de insatisfação pela falta de cuidado do outro e pelo fato de um não corresponder ao modelo ideal do outro. A partir daí surgem as desavenças, as crises, as brigas, a violência e o desconforto. O vinculo afetivo está ameaçado.
Diante de tal situação, por que não pensar que as relações são perfeitas pelo simples fato das pessoas não serem perfeitas. Pelo simples fato de que não é a perfeição de um ou do outro que importa, mas a relação, não no sentido dela ser perfeita, mas dela ser ou não produtiva. A pergunta que ambos deveria fazer a relação então seria: “o que esta relação produz?” Em seguida, dependendo da resposta, decidirem que caminho seguir.
Por outro lado há o perigo de não se perceber que se embarcou em um navio cujo destino é a contínua anulação dos envolvidos. Os dois se tornaram náufragos da relação, já não tendo forças para remar, vão afundando com a relação. Os dois se tornam ínfimos e o mar em volta tende a afogá-los. Um se tornou refém do outro. Não se pode deixar de constatar que é isto que acontece em muitas relações. A dificuldade presente em ambos ou em um deles em romper o vínculo, ou mesmo de entender este vinculo de uma outra perspectiva, torna a experiência mais difícil ainda de ser superada.
É estranho perceber como é difícil por fim a infelicidade. O caminho mais seguido é aquele no qual se busca um culpado. Ninguém quer assumir a responsabilidade pelo fracasso. O “bom” é aquele que quer ficar, o “mau” é aquele que quer sair. Mas, se pensarmos bem, entenderemos quão cruel é manter alguém em uma relação que já não produz nada de bom. Os rompimentos, mesmo sendo dolorosos, são úteis e necessários.


Alexsandro A. O.


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22/09/2009

Do macaco à vergonha de ser um homem


É Mário Quintana que diz: “O que me impressiona, à vista de um macaco, não é que ele tenha sido nosso passado: é este pressentimento de que ele venha a ser nosso futuro.” Pensando nessa frase faço referência a uma outra dita por Primo Levi diante do holocausto nazista e como se sentiu frente a tamanho horror: "A vergonha de ser um homem". Duas frases extremamente graves naquilo que afirmam. 
A primeira me leva a pensar sobre aquilo que estamos nos tornando, ou mesmo que já somos. Mas o que estamos nos tornando ou já somos à vista de um macaco? Claro que a referência ao animal macaco é apenas um recurso poético, uma expressão que visa criar um efeito e gerar uma sensação. Ao ler Mario Quintana penso, sobretudo, no presente particularmente estreito a que estamos submetidos. Um estreitamento tal que pode, se já não o fez, representar a morte do porvir, a nossa própria morte como humano – entendendo a relação do humano com o porvir como sendo o da nossa abertura com aquilo que se abre ao tempo, da nossa relação com aquilo que não tem medida prescrita, como aquilo que nos faz assumir nossa finitude, com aquilo que nos pode levar para além daquilo que somos, com aquilo que pode nos tornar melhores. Daí às questões: o que estamos fazendo de nós estar nos tornando melhores? O que ainda podemos fazer para nos tornarmos melhores?
Diante destas questões aparece a segunda frase, não como resposta, mas como condição básica na apresentação de uma resposta. Ou seja, qualquer resposta que venhamos a dar deve trazer a seguinte condição, qual seja, a de não nos fazer sentir a vergonha de ser um homem (ou mulher).
Tal vergonha não pode ser confundida com o sentir-se culpado ou o sentir-se vítima. Com “a vergonha de ser um homem” antevejo outras questões: como posso me tornar melhor mantendo-me em silêncio diante do mundo? Como posso me tornar melhor ficando quieto diante do mundo? Como posso tornar o mundo melhor se me resigno aos outros? Como eu, que não me sinto um culpado ou uma vítima, posso pactuar tanto para fazer sobreviver tantas coisas que são repugnantes para condição humana? Como disse Deleuze: “Nós não paramos de aprisionar a vida, de matar a vida...” Isto deveria nos enlouquecer, isto deveria nos envergonhar de sermos homens (e mulheres).


Alexsandro

Milonga Del Moro Judio (Jorge Drexler)

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A canção vale pela lição de respeito as diferenças.
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Em cada muro um lamento
Em Jerusalém, a dourada
E mil vidas mal vividas
Por causa de cada mandamento
Eu sou o pó de teu vento
Ainda que sangre de tua ferida
E cada pedra querida
Guarda meu amor mais profundo
Não existe pedra no mundo
Que valha uma vida

Eu sou um mouro judeu
Que vive com os cristãos
Não sei quem é meu deus
Nem quem são meus irmãos

Não há morte que não doa
Não há um lado ganhador
Não há mais que dor
Em outra vida que se foi
A guerra é uma terrível escola
Não importa a interpretação que viste
Perdoem-me, mas eu não me alisto
Sob nenhuma bandeira
Vale mais qualquer bobagem
Que uma (bandeira) pedaço de pano triste

Eu não dou permissão
Para matar em meu nome
Um homem não é mais que um homem
E se há deus, assim o quis
O mesmo solo em que piso
Seguirá, eu também terei ido
Rumo também ao esquecimento
Não há doutrina que não passe
E não há povo que não se ache
Crendo ser o povo escolhido


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A difícil relação entre a forma e o conteúdo

O sr. K. observava uma pintura na qual alguns objetos tinham uma forma bem arbitrária. Ele disse:
- A alguns artistas acontece, quando observam o mundo, o mesmo que aos filósofos. Na preocupação com a forma se perde o conteúdo. Certa vez trabalhei com um jardineiro. Ele me passou uma tesoura e me disse para cortar um loureiro. A árvore ficava num vaso e era alugada para festas. Por isso tinha que ter a forma de uma bola. Comecei imediatamente a cortar os brotos selvagens, mas não conseguia atingir a forma de uma bola, por mais que me esforçasse. Uma vez tirava demais de um lado, outra vez de outro. Quando finalmente ela havia se tornado uma bola, esta era pequena demais. O jardineiro falou, decepcionado: ‘Certo, isto é uma bola, mas onde está o loureiro?’
Bertolt Brecht


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20/09/2009

É muito chato ser sempre o mesmo

A identidade é apenas um jogo (não um fato determinado), apenas um procedimento para favorecer relações, relações sociais e as relações de prazer sexual que criem novas amizades, então ela é útil. Mas se a identidade se torna o problema mais importante da existência (sexual ou qualquer outra), se as pessoas pensam que elas devem “desvendar” sua “identidade própria” e que esta identidade deva tornar-se a lei, o princípio, o código de sua existência (eu sou assim, sempre fui assim, nasci assim, assim serei para todo sempre),  se a questão que se coloca continuamente é: “Isso está de acordo com minha identidade?” (com aquilo que eu sou), então eu penso que fizeram um retorno a uma forma de ética muito próxima à da heterossexualidade tradicional. Se devemos nos posicionar em relação à questão da identidade, temos que partir do fato de que somos seres únicos. Mas as relações que devemos estabelecer conosco mesmos não são relações de identidade (no sentido de já estarem determinada de forma definitiva para todo sempre), elas devem ser antes relações de diferenciação, de criação, de inovação. É muito chato ser sempre o mesmo. Nós não devemos excluir a identidade se é pelo viés desta identidade que as pessoas encontram seu prazer, mas não devemos considerar essa identidade como uma regra ética universal. (Existe sempre a possibilidade de ser outro, de me transformar em outro).

Michel Foucault


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16/09/2009

Em uma bela fábula Nietzsche explica o surgimento do conhecimento

Em algum ponto do universo, inundado por cintilações de inúmeros sistemas solares, houve, um dia, um planeta em que os animais inteligentes inventaram o conhecimento. Foi o momento de maior arrogância e mentira da história universal, mas foi apenas um minuto. Depois de alguns suspiros da natureza, o planeta se congelou e os animais inteligentes tiveram que morrer.


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11/09/2009

MENSAGENS DE AUTO-AJUDA

Uma vez escolhido o caminho, sempre haverá outros melhores.

Cuidado com seu caráter: ele pode não ser tão bom assim.

Você não tem fracassos na sua vida? Ou você nunca nasceu ou não tem claro as coisas que lhe acontecem.

Chore sempre! A vida é um grande não. Você não faz parte da solução de nada, de fato você é o problema.


Cuidado com o que você é: afinal, nem sempre fala o que pensa, nem sempre pensa o que fala e faz tudo diferente do que quer.


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04/09/2009

Uma lição nietzscheana: faça do seu jeito



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E agora que o fim está próximo
Então eu encaro o desafio final
Meu amigo, Eu vou falar claro
Eu irei expor meu caso do qual tenho certeza

Eu vivi uma vida que foi cheia
Eu viajei por cada e todas as rodovias
E mais, muito mais que isso
Eu fiz do meu jeito

Arrependimetos, eu tive alguns
Mas então, de novo, tão poucos para mencionar
Eu fiz, o que eu tinha que fazer
E eu vi tudo, sem exceção

Eu planejei cada caminho do mapa
Cada passo, cuidadosamente, no correr do atalho
Oh, mais, muito mais que isso
Eu fiz do meu jeito

Sim, teve horas, que eu tinha certeza
Quando eu mordi mais que eu podia mastigar
Mas, entretanto, quando havia dúvidas
Eu engoli e cuspi fora
Eu encarei e continuei grande
E fiz do meu jeito

Eu amei, eu ri e chorei
Tive minhas falhas, minha parte de derrotas
E agora como as lágrimas descem
Eu acho tudo tão divertido
De pensar que eu fiz tudo
E talvez eu diga, não de uma maneira tímida
Oh não, não eu
Eu fiz do meu jeito

E pra que é um homem, o que ele tem
Se não ele mesmo, então ele não tem nada
Para dizer as coisas que ele sente de verdade
E não as palavras que ele deveria revelar
Os registros mostram que eu recebi as desgraças
E fiz do meu jeito


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03/09/2009

Economia - uma ciência sobre os ricos, pelos ricos e para os ricos


Desde os tempos imediatamente posteriores a Adam Smith, quando a Economia começou a ser ensinada nas universidades anglo-saxónicas e francesas, que se pode afirmar que a economia começa a configurar-se como uma ciência elaborada «pelos ricos e para os ricos». Com uma ou outra exceção, pode-se na verdade dizer que a elaboração da maior parte das teorias econômicas nasceram nas universidades das elites – frequentadas pelos círculos sociais mais ricos dos países ricos – pelo que são projeções sobre as condições de vida desses mesmos meios abastados. De tal modo isto se consolidou, que na época atual, a maior parte dos textos da economia ortodoxa fazem apenas uma ligeira alusão à problemática dos mais desfavorecidos, e quando o fazem, equacionam-na como uma variável exôgena ao modelo econômico vigente, e ainda por cima, com uma certa dose de «compaixão», mas jamais como um fato merecedor de ser considerado como objeto de estudo por parte da Ciência Econômica. Ou seja, é como se as Faculdades de Medicina não tivessem os doentes como objeto central da sua atividade de investigação.
Não é de espantar que a imprensa econômica especializada, ou as seções de economia nos jornais diários ou dos canais de televisão, só ofereçam notícias sobre a Bolsa, as taxas de juros ou as fusões de empresas, muito embora tais notícias só interessem a uma minoria muito restrita da população.
Joaquín Guzmán Cuevas


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01/09/2009

A Mulher Nua de Desmond Morris

Um dos melhores remédios contra a arrogância é a produção de um conhecimento que visa elucidar aquilo que somos e como chegamos a ser o que somos.
No livro "A Mulher Nua", Desmond Morris percorre nossa evolução e apresenta os seres humanos como parte da um imensa brincadeira da natureza. Esta humanidade biológica guarda em suas tentatiivas de adaptação algo de tranqüilizador: não importa o que façamos, nem importa quais são nossos sonhos, o volume da nossa conta bancária nem o quão poderosos possamos nos considerar, no final, somos uma equação "quase" perfeita, uma espécie bem sucedida, um experimento apenas satisfatório da Natureza.


A Mulher Nua ou coisas que você pode saber sobre as mulheres

Existe alguma explicação para o fascínio das loiras?

E a resposta é sim. Uma primeira razão é que os cabelos loiros são mais finos e leves, suaves ao toque, exatamente como o dos... bebês! Vamos lá, a grande maioria dos bebês tem a pele mais clara do que a de seus pais, os olhos mais claros, a pele mais fina, não é? Então podemos imaginar que as loiras passam uma imagem mais infantil do que as morenas, certo? Agora, vamos examinar nossos parceiros masculinos. A natureza, prevenida, achou por bem dotá-los de alguns equipamentos adicionais para garantir que eles cuidassem como deviam dos filhotes da raça. Nesta mochila de viagem biológica está uma reação entusiasmada à simples visão de um bebê macio e fofo. A vulnerabilidade das loiras, artificiais ou não, é simplesmente irresistível para os machos da espécie!

A Mulher Nua ou coisas que você pode saber sobre as mulheres

Por que temos tanto cabelo? Ou, mais especificamente, por que a fêmea humana desenvolveu esta cabeleira? Esta é uma característica que compartilhamos com os galos e com os leões. A farta cabeleira nos distinguia de todos os outros macacos. Ainda mais se a gente imaginar que proporcionalmente aos outros primos símios, nosso corpo quase não tem pêlos. Éramos exóticas e inconfundíveis criaturas com tufos de cabelos ondulando ao vento.
E no caso especifico das mulheres, por que são imberbes, ou seja, sem barbas? Ser imberbe é uma característica dos fetos dos macacos. Adultos são tradicionalmente peludos. Menos nós. Alguns estudiosos acreditam que perdemos os pêlos para poder nadar. E que os longos cabelos das fêmeas humanas eram perfeitos para os bebês humanos agarrarem, sobretudo quando ambos mergulhavam, em busca de comida. Outros dizem ainda que a perda dos pêlos se deu devido ao fato de que a pele nua é mais agradável ao toque em comparação a pele coberta. Além disso, somos seres diurnos e caçávamos durante o dia. Portanto, a outra hipótese para esta falta de pêlos de um lado e excesso de outro é que os cabelos protegiam as cabeças humanas do sol e o corpo despelado ajudava a gente a não sofrer tanto com o calor das savanas da África. Para quem ainda não sabe, nascemos na África, provavelmente todos nós, só depois fomos nos espalhando. E neste caminhar meio que sem eira nem beira dos nossos ancestrais foram adquirindo outras características inusitadas, burilando nossa incipiente humanidade. Humanos dos trópicos, humanos polares, humanos do deserto... Digamos que você fosse um homo sapiens do deserto, filho de uma longa cadeia de outros homo sapiens do deserto. Ao longo dos séculos, você teria adquirido algumas peculiaridades muito úteis, como uma pele mais resistente ao sol ou uma incrível familiaridade com os vizinhos, no caso, os camelos, por exemplo. A meta da Natureza é preservar, é empurrar para o futuro seus rebeldes filhos... era, portanto, fundamental que a gente conseguisse distinguir as criaturas bem adaptadas aos vários ambientes, certo? Pois, então, entra em cena a Natureza e improvisa um pequeno milagre. Sim, daqueles bobinhos e simples, um truque banal, indigno mesmo dos espantosos poderes da Grande Mãe: assinalar estas mudanças com sinais vistosos e de grande efeito: alguém pensou nos cabelos? Acertou... Daí nasceu nossos cabelos escuros e grossos ou fininhos e loiros, ruivos para se destacar nas paisagens desérticas, escuros e lisos para deslizar pela neve.
Mas a gente gostou da brincadeira e resolvemos seguir em frente: penteados, perucas, tintas, presos, soltos, os cabelos femininos, com os cerca de 140 mil fios que crescem uns 13 cm por ano constituem o maior atributo de feminilidade da raça. E são inegavelmente atraentes. Neste sentido, o cabelo longo, esvoaçante, ondulado feito capim na paisagem ensolarada é um atrativo irresistível. Tanto é que em algumas comunidades religiosas, ao longo dos milênios, a prudência mandava escondê-los, como solução infalível para neutralizar o poder erótico da cabeleira selvagem da fêmea humana!

A Mulher Nua ou coisas que você pode saber sobre as mulheres

Bochechas: A ausência de barba é um dos sinais mais visíveis da distinção de gênero entre humanos. Se a mulher nunca chega a ter um rosto peludo é para manter a aparência de criança que precisa de proteção. Segundo o autor, bochechas coradas remetem sinal de virgindade. “A mulher que cora diante de uma comentário de conotação sexual obviamente tem consciência de sua sexuallidade, mas ainda preserva certa ignorância.” Mulheres assim geralmente são jovens: eis por que a maquiagem facial, quase sempre descarrega tons avermelhados na face.

Lábios: Nos animais, os lábios humanos são os únicos curvados para fora. Nossos lábios não são apenas infantís, são embrionários: eles têm a forma de lábios de um feto de chimpanzé de 16 semanas. Caracaterística que se mostra bastante útil pára sugar o leite dos seios também exclusivas da fêmea humana. Num homem adulto, os lábios se tornam um tanto mais esticados e finas; mas na mulher, os lábios se mantêm carnudos e macios…Prontos para serem beijados. A conotação sexual da boca, vem de outros lábios peculiares as fêmeas, os lábios vaginas – que não se chamam lábios à esmo. A semelhança está na forma, textura e coloração, e todos os lábios da mulher agem da mesma forma com excitação sexual: ficam mais túrgidos, mais rubros e sensíveis. As mulheres não tardaram a descobrir essa vantagem e usa-lá a seu favor. (O batom vermelho surgiu no antigo Egito, com as prostitutas sem clientela).

Pescoço: O pescoço feminino e mais longo e delgado que o masculino – em decorrência do torax mais curto das mulheres e da compleição mais musculosa dos homens. De um jeito ou de outro, pescoços esquios sempre foram sinal de feminilidade e sensualidade.

Seios: São 2. E são únicos. Além de produzirem leite para prole, despertam interesse erótico no macho. Coisa que não ocorre em nenhuma outra espécie – após o período de lactação, as tetas das fêmeas simplesmente desaparecem. Nas mulheres, não: as mamas até aumentam quando cheias de leite, mas continuam protuberantes mesmo quando não há nenhum bebê para alimentar. Esses seios são uma artimanha da evolução para estiular a procriação. Seios protuberantes simulam os sinais sexuais emitidos pelas nádegas – algo oportuno para quem assumiu uma postura ereta e é quase sempre vista de frente. O par de seios permite manter a sensualidade emitida pelas nádegas, mesmo sem dar as costas ao interlocutor.

Cintura: A razão de homens serem atraídos por mulheres de cintura fina e tão simples quanto cruel: depois do primeiro parto, essa parte do corpo se expande irremedialvelmente. “Mesmo que ela consiga com um regime alimentar rigoroso, recuperar o corpo esbelto que tinha antes da gravidez, a cintura nunca vai ser tão fina”, afirma Morris. Segundo ele, depois de vários partos a circunferência da cintura da mulher aumenta de 15 a 20 cm. Portanto, uma cintura de pilão dá ao homem a impressão de estar diante de uma fêmea que ainda não desempenhou sua função de reprodutora – o que, em tempos primitivos, significava o mesmo que mulher virgem.

Genitais: Comparada ao aparelho de nosso parentes mais próximos – os símios – a genitália da fêmea humana apresenta uma sensacional evolução: a capacidade de produzir prazer. Usemos como exemplo o coito entre 2 babuínos: o pênis entra e sai em média 6 vezes da vulva, numa performance que não costuma durar mais de 8 segundos. A macaca não tem tempo nem de pensar num orgasmo. Se a coisa é diferente na nossa espécie, isso não se deve apenas à extrema sensibilidade dos tecidos genitais femininos – algumas peculidaridades do pênis humano também ajudam. Macacos não conhecem o que chamamos de ereção: seus orgãos são finos e sustentados por ossos. Já o nosso aparato desossado fica pronto para o uso somente quando a excitação manda para lá um suprimento extra de sangue. Isso alonga o pênis, mas é o aumento do calibre que realmente faz a diferença. A pressão do pênis nas paredes váginais e a sensibilidade de todo o parelho genital. O clímax de tudo isso é o orgasmo.

Nádegas: Dentre todos os animais, os humanos são os únicos dotados de nádegas avantajada. Isso porque também somos os únicos mamíferos a andar sobre 2 patas o tempo todo – os fortes músculos glúteos são essenciais para que possamos adotar essa postura. Em especial nas mulheres, as nádegas exercem também um forte (fortíssimo, gigantesco, colossal…) apelo sexual. A bunda feminina difere da masculina em 3 pontos essenciais: é maior, mais empinada e rebola . Não é preciso dizer o quanto essas qualidade agradam os homens. Não se sabe ao certo por que, mas, segue uma hipótese: como nossos ancestrais andavam quase sempre de 4 e sempre copulavam por trás, os sinais sexuais eram naturalmente emitidos pela reta-guarda feminina. Quando assumimos a postura ereta e desenvolvemos os músculos glúteos, as formas arredondadas das nádegas substituiram esse sinal primitivo. “As mulheres com grandes traseiros enviavam fortes sinais sexuais, e com isso, as nádegas foi crescendo através das gerações”. As mulheres passaram a ter superbundas a ponto de atrapalhar a cópula – o que teria propiciado o nascimento do coito frontal e o surgimento dos seios como sinal sexual alternativo na frente do corpo feminino e, como consequente, aumento dos seios e diminuição das nádegas.

Pernas: A atração dos homens por pernas femininas é tão grande que existem revistas especializadas em atender à demanda por esse tipo de fetiche. A principal razão disso é geométrica: ao olhar os segmentos de pernas, um homem inevitávelmente imagina o vértice, o ponto onde elas se cruzam (fato). “É quase como se, na mente do homem, o par de pernas funcionasse como uma placa que indica o caminho para a ‘terra prometida’”. Pernas longas são particularmente queridas pelo imaginário masculino por serem um sinal de maturidade sexual: nas mulheres adultas os membros inferiores são, em comparação ao tronco, mais compridos que os das crianças.

Pés: Como não precisavam percorrer grandes distâncias atrás de caça na pré-história, as mulheres acabaram dotadas de pés menores que os dos homens – mesmo proporcionalmente ao corpo. Assim, pés pequenos são associados a feminilidade. Esse é o motivo de mulheres de comportamento masculinizado serem chamadas de “sapatão” e é também uma fonte de constrangimento para meninas cujos pés se desenvolvem mais rápido que o resto do corpo. Para terem pés considerados femininos, as mulheres desde sempre tem se submetido a torturas. A mutililação de garotas chineses, que tinham seus pés enfaixados para que parecem de crescer, é só um extremo. Os sapatos estreitos e de salto alto – a elevação do calcanhar faz com que pareça mais curto – estão aí para provar.

Neotenia

Seria a manutenção de características infantís no indivíduo adulto. Um exemplo seria a peculiaridade de brincar do Homo sapiens. Mesmo adultos não paramos de brincar, ao contrário das outras espécies, só mudamos o nome das brincadeiras para arte, pesquisa, música, poesia… A neotenia se manisfesta de formas variadas no homem e na mulher. Enquanto ele é mais infantil no comportamento – conservando o elemento de risco da brincadeira -, ela mantem características de crianças no corpo adulto. A vantagem do "corpinho de criança" é clara. A evolução progamou o macho para defender a prole. Assim, ela preservou a voz aguda, o rosto liso, as formas curvilíneas. Porém a neotenia é só uma das ferramentas evolutivas que moldaram, no caso, o corpo feminino.