01/09/2013

Cardápio de gente



A fragmentação de cada um de nós acontece de forma cada vez mais inusitada.
Vejamos, por exemplo, a confusão que fazemos entre comprar e encontrar. 
Olhamos uns para os outros, nos analisamos, questionamos e intentamos escolher aquele(s) que fará(m) parte de nossas vidas a partir de critérios tais como: gostos, interesses, altura, cor da pele, dos olhos, dos cabelos, estilo musical preferido, grau de instrução... Achamos que se assim fizermos teremos uma via garantida para que nossa escolha dê certo. Depois de uma lista razoável de critérios eletivos escolhemos ou somos escolhidos como em um cardápio. Não é a pessoa inteira que é vista e entendida, é um recorte, um fragmento. O nó da questão se encontra no fato de acharmos que agindo assim nossas escolhas serão seguras. Sonhamos que nossas escolhas se darão como numa experiência de compra, guiado por um cardápio de opções, que é exatamente o contrário do encontro. O encontro acontece sem que tenhamos a menor ideia do que estamos encontrando, logo ele implica que nossas opções não serão levadas em consideração. Todo encontro envolve surpresas.

Alexsandro