Para muitos a possibilidade de
experimentar a liberdade em nome de um proveito próprio é a
possibilidade de vivenciar suas relações e seu mundo do modo que
desejam. Nada há de errado em pensar assim. A questão se encontra no uso
exagerado ou viciante de certas experiências, sobretudo quando
confrontado com a impossibilidade de levar as últimas consequências o
sonho de liberdade. O uso excessivo da sensorialidade é um destes casos.
Assistimos cada vez mais que o número de experiências banais cresceu
enquanto diminuía o número das experiências que requerem um grau de
compromisso maior, e, paralelo a esse fato, testemunhamos o aumento do
uso de atividades sensoriais intensas como um mecanismo que visa a
extirpação de angústias. Sendo o resultado posterior justamente o
agravamento daquilo que se tentava eliminar quando sonhávamos com a
liberdade: aumento das experiências frustrantes e desestabilidade
emocional, solidão e empobrecimento das relações.
Em um mundo que fez dos corpos despersonalizados sua imagem emblemática, ou, caso se deseje dizer a mesma coisa de outra forma, que fez de partes do corpo (bunda, peito, rosto, perna, pênis, barriga) seus objetos emblemáticos, sendo estas partes sem personalidade (despersonalização), ou, o que também não ajuda muito, uma personalidade para cada parte do corpo (fragmentação), podemos testemunhar uma lista significativa de contradições que se somam para forma um mosaico peculiar das experiências que são vividas por boa parte das pessoas.
Uma destas contradições típicas do nosso momento histórico é o fato de que expomos nossas vidas na Internet, onde tudo pode ser exposto, mas tememos viver intimidades e construir vínculos com os outros. Outra é a contradição que existe entre a imagem pública e a experiência privada. Geralmente a primeira é exposta como uma experiência bem-sucedida e a segunda como experiência da solidão e isolamento ou de relações de péssima qualidade.
O problema pode se agravar quando se percebe o quão difícil ou mesmo impossível é mudar o mundo no qual se vive. O uso de certas atividades, dos mais variados tipos, funciona como atividades masturbatórias direcionadas para aliviar a angústia daí decorrente. No exercício de anestesimento de si em relações masturbatórias e sensoriais sem qualquer significado emocional, tenta-se afastar para longe os riscos, sempre próximos na experiência atual, da despersonalização e fragmentação, em suma, do apagamento de si mesmo.
Em um mundo que fez dos corpos despersonalizados sua imagem emblemática, ou, caso se deseje dizer a mesma coisa de outra forma, que fez de partes do corpo (bunda, peito, rosto, perna, pênis, barriga) seus objetos emblemáticos, sendo estas partes sem personalidade (despersonalização), ou, o que também não ajuda muito, uma personalidade para cada parte do corpo (fragmentação), podemos testemunhar uma lista significativa de contradições que se somam para forma um mosaico peculiar das experiências que são vividas por boa parte das pessoas.
Uma destas contradições típicas do nosso momento histórico é o fato de que expomos nossas vidas na Internet, onde tudo pode ser exposto, mas tememos viver intimidades e construir vínculos com os outros. Outra é a contradição que existe entre a imagem pública e a experiência privada. Geralmente a primeira é exposta como uma experiência bem-sucedida e a segunda como experiência da solidão e isolamento ou de relações de péssima qualidade.
O problema pode se agravar quando se percebe o quão difícil ou mesmo impossível é mudar o mundo no qual se vive. O uso de certas atividades, dos mais variados tipos, funciona como atividades masturbatórias direcionadas para aliviar a angústia daí decorrente. No exercício de anestesimento de si em relações masturbatórias e sensoriais sem qualquer significado emocional, tenta-se afastar para longe os riscos, sempre próximos na experiência atual, da despersonalização e fragmentação, em suma, do apagamento de si mesmo.