16/09/2012

Crenças




Alimentamos falsas crenças quanto ao nosso modo de vida, muitas delas ainda derivadas de um nada sutil etnocentrismo. Acreditamos que vivemos no melhor modo de vida já inventado, que precisamos apenas encontrar o melhor jeito de dela tirar proveito. Isso é crença, não é fato. Somos fervorosos fiéis de nossas crenças culturais, fazemos delas verdades universais. Como acontece em muitas crenças, nossas crenças culturais têm seus seguidores fundamentalistas. Algumas pessoas se apegam tanto a elas que qualquer um que as critique será tido como herege. Em um ambiente assim, alguém que consegue imaginar outros ambientes culturais como ambientes possíveis e até mesmo como ambientes mais viáveis se comparados ao nosso será visto como louco, como alguém sem senso de realidade.
Vemos-nos presos a cenários pré-fabricados, embalados a vácuo e vendidos em cômodas prestações. Trocamos nossa capacidade de criar vida pelo ritual diária de seguir crenças que nos fazem simular que estamos vivendo. Ao invés de uma vida abundante de criatividade seguimos uma imensa procissão de passos cadenciados. ¿Não sei, mas a capacidade de imaginar outros cenários possíveis não deveria ser parte integrante de nossa vida?
 
 
Alexsandro