08/06/2014

Um ato de covardia a mais ou o círculo vicioso do silêncio





Em grande parte das vezes evitamos expressar opiniões e sentimentos a respeito de muitas coisas, a exemplo de muitas coisinhas miúdas do dia a dia, por supormos, as vezes com razão, que ao fazê-lo causaríamos constrangimentos e desconfortos para nós e/ou para outros. Assim, evitamos expor e guardamos silenciosamente sentimentos e ideias.
Além das nossas ideias e sentimentos há outras ideias e outros sentimentos mais poderosos que os nossos que também fazem um percurso silencioso na sociedade (crenças, valores, formas de ser e viver e noções a respeito de vários temas).
O curioso é perceber que quando algumas dessas ideias ou sentimentos vazam para fora do silêncio surge no ar uma sensação de alívio ao se perceber que não se foi o único a pensar ou sentir daquela forma.
Momentos assim também revela nosso medo, nossa condescendência, nossa falta de vontade em querer se comprometer com posturas que fariam nosso ambiente social ser abalado, positiva ou negativamente, afinal, nunca sabemos antes do ocorrido. E como não sabemos preferimos lidar com a dúvida em silêncio, negamos o debate, o dialogo, a discussão, acreditando que assim nosso barquinho não precisará enfrentar nenhuma tempestade.

Sim, somos falsos, mentirosos, preguiçosos, covardes, negamos que nossa compreensão das coisas se faça expostas e ouvidas e discutidas. Acreditamos em nossas próprias mentiras (ou fazemos de conta) e nas mentiras dos outros (ou fazemos de conta). Nossa imaginação é prodigiosa em criar desculpas para nós manter quietos quando queremos ficar quietos (e quase sempre desejamos ficar quietos).




Alexsandro



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