27/05/2011

MENSAGENS DE AUTO-AJUDA (com Schopenhauer)

O desejo sexual
O desejo sexual, sobretudo quando se concentra na paixão, fixando-se numa determinada mulher, é a quintessência de todas as fraudes desse nobre mundo; isso porque promete indizivelmente, infinitamente e extraordinariamente muito e cumpre miseravelmente pouco.

O homem — uma fera domesticada
É preciso ler histórias de crimes e descrições de situações anárquicas para saber do que o homem é realmente capaz no que diz respeito à moral. Esses milhares de indivíduos que, diante dos nossos olhos, empurram desordenadamente uns aos outros no trânsito pacífico devem ser vistos como tantos tigres e lobos, cujos dentes são protegidos por fortes focinheiras.

O homem — um boneco
Às vezes converso com os homens do mesmo modo como as crianças conversam com seus bonecos: embora ela saiba que o boneco não a compreende, usando de uma ilusão agradável e consciente, consegue divertir-se com a comunicação.

O homem — um mecanismo de relógio
É realmente inacreditável como a vida da maioria dos homens flui de maneira insignificante e fútil, quando vista externamente, e quão apática e sem sentido pode parecer interiormente. As quatro idades da vida que levam à morte são feitas de ânsia e martírio extenuados, além de uma vertigem ilusória, acompanhada por uma série de pensamentos triviais. Assemelham-se ao mecanismo de um relógio, que é colocado em movimento e gira, sem saber por quê. E toda vez que um homem é gerado e nasce, dá-se novamente corda no relógio da vida humana, para então repetir a mesma cantilena pela enésima vez, frase por frase, compasso por compasso, com variações insignificantes.

Instituições de ensino
Quem vê as inúmeras e variadas instituições destinadas ao ensino e ao aprendizado, além da grande multidão de alunos e mestres, poderá acreditar que para o gênero humano a compreensão e a verdade são de extrema relevância. Todavia, também nesse caso as aparências enganam. Os mestres ensinam para ganhar dinheiro e não visam à sabedoria, mas aparecer e receber o crédito de seus semelhantes; e os alunos não estudam para adquirir conhecimento e compreensão, mas para poderem falar e atribuir-se prestígio.