20/11/2011

Como um morango podre para a torta


Sempre sou questionado sobre minha trajetória acadêmica e como observo o universo universitário e escolar. Bem, por onde começa? Vejamos...
Infelizmente a maioria dos frequentadores (chamo de frequentadores porque muitos não são mais do que isso) das salas de aulas não faz a menor ideia do papel social que os tocam. Não tenho certeza, mas parto do pressuposto que para que alguém possa ser chamado de acadêmico alguns predicados essa pessoa deveria apresentar:

1. Certo esclarecimento e consciência a respeito do papel social do curso que pretendeu fazer;
2. Um pouco de disciplina monástica para ser gasta em sala e nos seus estudos extraclasse;
3. Interesse por aquilo que decidiu aprender, afinal ele decidiu aprender algo sobre algo;
4. Esclarecimento sobre o universo profissional do qual pretende fazer parte, e;
5. Paciência.

Infelizmente, viver tudo isso não é para todos. Muitos são idiotas "eletronizados", cujo cérebro ficou emergido durante algum tempo em uma panela com vinagre. Uma pandilha de gente sem um pingo de educação que tratam a aula como balada regada a música ruim.
Não, muitos não são pessoas ruins, pelo contrário. Mas são engolidos pelo hálito fedorento da mediocridade que exala um tsunami de babaquices que inunda de barulho o universo que deveria ressoar com ecos de ciências e filosofias.
Criatividade, maluquice genial, rebeldia ativa, força de vida que provoca vontade de pensar o diferente ou o que ai está? Não, nada disso é visível entre os frequentadores. Só dor, afinal eles frequentam a dor - frequentador(es). Muitos nem sabem, mas estão construindo para si um fim que só pode ser melancólico: passar o resta da vida falando mal do curso que frequentaram, com o agravante de não saberem do que estão falando.
Algumas vezes quando a coisa começa a funcionar, chega o morango podre da torta. Estão mais preocupados em bater papo em voz alta e mandar mensagens via celular do que ouvir o que está sendo discutido na sala. O pior é que tem gente que acha que é bonito ser idiota. Pena que não exista um programa tipo fotoshop para cérebros. Eu sei que é feio chutar cachorro morto, mas existem coisas que são indefensáveis e um pouco de honestidade intelectual faz muita falta.
Do lado dos professores há muitos que parecem que foram alimentados com suquinho de merda e bolacha de dejetos radioativos. Fazem das aulas um teatro para piadas que só servem para matar o tempo e frases de autoajuda que não deveriam ser pronunciadas no espaço na academia, a não ser que fossem para serem ridicularizadas.
A conclusão? Qualquer um que tenha esperança em um futuro grandioso para humanidade é porque nunca frequentou uma sala de aula, se o fizesse cortaria os pulsos com uma faca de açougueiro suja de sangue de boi. O espírito intelectual de muitos frequentadores é tão cheio de vontade de vida quanto um cadáver de frango rodando em um forno.