11/04/2010

Para não jazermos na estática do nada


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Faço minhas as palavra de um texto presente em um panfleto acadêmico que trazia as reflexões de alguém sobre seus professores e colegas de sala, sobre o processo educativo que estava vivenciando: “Lamento por alguns terem que se calar, num lugar onde deveriam dar voz! Lamento pelos que tem que aprender algo daqueles que não acreditam no que ensinam! Lamente pelos que não percebem, pelos que não se movem, pelos que não lamentam. Lamento pela “...energia abandonada...” “...a força desaproveitada...”, “...a transcendência que se não realiza...” pelos “que podendo mover milhões de mundos, jazem no estático do nada”.
Para não jazermos na estática do nada pensemos a educação como algo que tem de nos ferir e trespassar. Se aquilo que estamos estudando ou ensinando não nos acorda com uma pancada na cabeça, por que o estamos estudando ou ensinando? Porque nos faz felizes? Para encontrar felicidade? Seríamos felizes precisamente se não tivéssemos escolas ou educação. A espécie de educação que nos torna felizes é a espécie de educação que não nos desperta para nada. Nós precisamos de uma educação que nos afetem como um desastre, que nos magoem profundamente, como a morte de alguém a quem amávamos mais do que a nós mesmos, como ser banido para uma floresta longe de todos. Uma ação educativa tem que ser como um machado quebrando o mar de gelo que há dentro de nós. Uma ação educativa só vale se funcionar como uma metralhadora giratória contra a sociedade (capitalista) que nos capturou - é a educação a serviço de sua extinção, isto é, da salvação, isto é, da nossa salvação. É a educação como possibilidade de vivenciar a libertação do pensamento e da vida em ato.

Alexsandro A. Oliveira
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