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As novas configurações familiares situam-se em ambientes de fraternidade mínima, nos quais os laços de carinho foram usurpados por fatores externos, tais como a individualidade nos moldes capitalístico. Não é de hoje que especialistas testemunham que a família moderna se caracteriza por ser um ambiente de neuroses e insalubridades.O código que dirige as famílias é o código da superficialidade: as relações familiares estão inchadas e inflamadas por um hedonismo plástico recheado de despreparo, imaturidade e violência. Existe, por outro lado, oriundo de certos setores da sociedade, como o marketing e as religiões, apelos grotescos aos estereótipos familiares do tipo mostrado nas propagandas de margarina. Tais apelos apenas reforçam a sensação de fracasso presente na maioria dos lares, qual seja, da maioria dos lares apenas ecoa o ar de lamentação por uma busca infrutífera atrás do “lar aconchegante” que nunca é realizado.
Pais e mães que mais se parecem com moleques mimados travestido de homens e mulheres de família, deixam clara a falência do nosso modelo familiar.
Pode até ser que exista por ai famílias harmoniosas e lares aconchegantes. Mas a família moderna, incrustada sobre si mesma como uma ferida não curada, assentada sobre egoísmos bestiais, é o curral de relações afetivas de péssima qualidade.
A família vivida não é a mesma que é propagandeada. Os filhos frustram as expectativas dos pais e os pais frustram as expectativas dos filhos. Esposos e esposas frustram-se uns com os outros.
Em tais famílias, encardidas pela violência, pelo descompromisso, pela falta de atenção e zelo, pela falta de criatividade e espontaneidade, a revelação de nossa frágil condição.
Alexsandro
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