27/11/2008

DIREITO À PREGUIÇA


Se fosse possível por um toque de mágica arrancar do coração dos homens e mulheres que trabalham a tola ideia de que trabalhar dignifica e se ao invés dessa ignóbil moral de escravo tivéssemos em seu lugar a ideia de que quanto menos trabalho existir melhor, esses homens e mulheres seriam outros. Mas esse homem e mulher, corrompidos pelas ideias capitalistas, segue em cortejo o maldito encantamento dos bois de carroça, assim como bem falou Paul Lafargue:
Tal como Cristo, dolente personificação da escravatura antiga, os homens e as mulheres sofrem penosamente, desde há um século, o duro calvário da dor: desde há um século, o trabalho forçado parte-lhes os ossos, mortifica-lhes a carne, arrasa-lhes os nervos; desde há um século, a fome contorce-lhes as entranhas e alucina-lhes a cabeça!...
Ó Preguiça, tem piedade da nossa longa miséria! Ó Preguiça, mãe das artes e das nobres virtudes, sê bálsamo para as angústias humanas!"
 Chega de clamar por direito ao trabalho, é hora do direito à preguiça.